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Silêncio de Tarcísio deixa policiais civis insatisfeitos

Por: Adalberto Luque

Sem receber reajuste salarial há mais de um ano e com um déficit que passa de 17 milénio cargos, os policiais civis começam a se organizar para pressionar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e sua equipe de governo. O único reajuste aplicado pelo atual governo foi em julho de 2023, quando os policiais civis receberam, em média, 20% de aumento salarial – o reajuste foi escalonado e aplicado em seguida hiato de dois anos.

Metade dos 24 milénio policiais civis pode se reformar e, se isso ocorrer, será o colapso, prevê Fátima Aparecida Silva, do Sindicato dos Policiais Civis  (Alfredo Risk)

Segundo a presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Região de Ribeirão Preto (Sinpol), Fátima Aparecida Silva, o governo teria favorecido a Polícia Militar com índices superiores. E nos dois anos em que ocupa o função de governador, Tarcísio não teria respeitado a data-base da categoria, que é março.

“Quando o governador entrou, prometeu valorizar os policiais paulistas, que recebiam entre os piores salários pagos aos policiais civis brasileiros. Dos 26 estados e Região Federalista, São Paulo ocupava a antepenúltima posição. Analisando os salários de investigadores, estamos na 20ª posição, detrás de salários pagos no Amazonas, Mato Grosso, Região Federalista, Tocantins, Roraima e Rio de Janeiro, entre outros, sem perder esses estados”, lamenta Fátima.

O ranking foi divulgado pelo Fórum Brasílico de Segurança Pública (FBSP), através de um anuário publicado em 2024. Já se passaram oito meses no ano e até agora o governador segue embatucado em relação a essa questão.

Efetivo

Outro ponto que desagrada aos policiais civis é quanto aos recursos humanos. “Oficialmente, a Polícia Social conta com 41.912 cargos existentes. Mas temos exclusivamente pouco mais de 24 milénio policiais civis das 13 carreiras na ativa. Ou seja, temos mais de 17 milénio cargos vagos. São policiais que se aposentaram, morreram ou deixaram, a Polícia Social e não foram substituídos. Além de estarmos sobrecarregados, isso reflete diretamente no atendimento à população. Mas parece que o governador e seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, não se incomodam”, dispara.

O Sinpol também faz um alerta para o quadro atual. Mais da metade dos policiais civis da ativa já têm tempo suficiente para se reformar. Eles se mantêm na ativa recebendo um abono de permanência.

“Mas se todos resolverem se reformar, a Polícia Social entra em colapso. Já é difícil investigar cada caso com o número de policiais que temos. Um único escrivão chega a relatar 200 inquéritos de uma vez. Tem casos que relatam até mais. Os investigadores, em número reduzido, não conseguem investigar todos os novos boletins de ocorrência registrados diariamente. Só em Ribeirão Preto são 15 novos boletins de ocorrência por dia. Juntando os oito Distritos Policiais da cidade, não temos esse número de investigadores no totalidade. Sem recontar que a investigação não é uma ciência exata, que pode ser feita em um único dia. Há casos e casos”, pondera.

De negócio com os dados estatísticos divulgados pela Secretaria da Segurança Pública, de janeiro a junho, exclusivamente em Ribeirão Preto, foram registrados 2.829 boletins de ocorrência.

Mobilização

Diante da inércia da equipe de governo para resolver as questões do déficit superior a 40% no efetivo e da falta de reposição salarial, os policiais civis se articulam para recrudescer as cobranças e denunciar o que consideram descaso da equipe de governo.

O Sinpol, ao lado de outros sindicatos e associações do interno e da Capital estão organizando uma mobilização conjunta para expor o problema enfrentado. “O secretário Derrite anunciou, em janeiro do ano pretérito, que iria respeitar a data-base dos policiais civis. Em dois anos, não cumpriu o que prometeu. Encaminhamos reivindicações, tentamos marcar reuniões. Zero até cá. Tentamos o diálogo, mas agora nossa ação será dissemelhante. O governo terá, minimamente, que se posicionar: se atende aos policiais civis e à população, ou se dá de ombros e deixa o caos aumentar”, conclui.

Outro lado

A SSP se manifestou através de nota. “A Secretaria de Segurança Pública está empenhada em trabalhar para o reajuste salarial não exclusivamente dos profissionais da Polícia Social, mas de todas as forças de segurança estaduais. O objetivo é confirmar que as categorias recebam uma remuneração justa, que reflita a influência e a dificuldade de suas funções. A atual gestão tem demonstrado um potente compromisso com a valorização das corporações de segurança. Recentemente, foi outorgado um reajuste médio de 20% para os membros das polícias. Aliás, a Secretaria tem investido em concursos para ampliar o efetivo das Polícias Social e Militar. Em maio deste ano, ocorreu a maior nomeação da história da Polícia Social, com a convocação de mais de 4 milénio candidatos, incluindo todos os remanescentes.”

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