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Estados do Sudeste e Sul lideram índice pátrio de inovação

Brasil é o 6º país do mundo a ter um índice próprio, detrás da União Europeia, China, Índia, Colômbia e Vietnã

Os Estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são as economias mais inovadoras do Brasil, de concordância com a primeira edição do IBID (Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento), divulgada em 5 de agosto pelo INPI (Instituto Vernáculo da Propriedade Industrial), autonomia vinculada ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Negócio e Serviços).

O IBID é medido em uma graduação que varia de 0 a 1. O índice leva em consideração diferentes aspectos para identificar líderes nacionais e regionais em inovação. O índice é constituído por 74 indicadores, que são divididos em 7 pilares: instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia e economia criativa. Esses pilares, por sua vez, dividem-se em 21 dimensões, uma vez que crédito, investimentos, ensino, envolvente regulatório, sustentabilidade, geração de conhecimento, ativos intangíveis, entre outros.

São Paulo é o grande líder pátrio com IBID 0,891. Em 2º lugar, está o Estado de Santa Catarina, com um índice 0,415; seguido por Paraná, com 0,406; Rio de Janeiro, com 0,402; e Rio Grande do Sul, com 0,401. A média pátrio é de 0,291.

Primeiro índice brasiliano

O IBID foi desenvolvido com base na metodologia do IGI (Índice Global de Inovação), da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual). Segundo o INPI, o índice brasiliano é o sexto índice pátrio criado a partir dessa metodologia. Em todo o mundo, possuem índices próprios exclusivamente a União Europeia, China, Índia, Colômbia e o Vietnã.

O IGI é publicado desde 2007 e classifica 132 países a partir de suas potencialidades e desafios. Na edição mais recente, em 2023, o Brasil ocupou a 49ª posição no ranking mundial e a primeira posição no ranking regional (América Latina e Caribe), subindo cinco colocações em relação ao ano anterior.

“O Brasil é um país de dimensões continentais e ele tem uma profunda variação ao longo do seu território muito vasto. E essa variação do Brasil é visível, é retratada por um conjunto de indicadores econômicos, sociais, ambientais, culturais, demográficos. E o objetivo do IBID nesse contexto é justamente preencher uma vazio importante do sistema estatístico pátrio”, afirma o economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura.

“No campo da inovação, existia até o hoje uma vazio. Uma vazio importante no sistema estatístico pátrio, ou seja, um indicador que permitisse ao Brasil ter um retrato da sua verdade no campo da inovação sob uma perspectiva regional, sob uma perspectiva territorial”, completa.

Desigualdades

Os rankings produzidos a partir dos resultados do IBID evidenciam as desigualdades e também as diversidades nacionais. Enquanto as regiões Sudeste e Sul concentram a inovação no país, com estados ocupando 7 das 8 primeiras posições no ranking universal, as regiões Setentrião e Nordeste concentram-se na segmento subalterno do ranking. As últimas 15 posições são ocupadas por estados das duas regiões. O Núcleo-Oeste ocupa uma posição intermediária no ranking universal do IBID.

Os dados mostram, no entanto, que considerado o nível de renda da população – medido pelo PIB (Resultado Interno Bruto) per capita, ou seja, a soma das produção e riquezas produzidas no estado, dividida pelo número de habitantes – economias do Nordeste apresentam desempenho em inovação supra do esperado.

Ao todo, 14 das 27 unidades federativas registram resultados em inovação supra do esperado para o seu patamar de desenvolvimento econômico. São os chamados expoentes em inovação do IBID. 8 são estados nordestinos: Maranhão, Paraíba, Piauí, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Setentrião, Pernambuco e Bahia.

Por outro lado, o estudo mostra que 13 economias obtiveram resultados aquém do esperado em inovação. Neste grupo estão Alagoas, Espírito Santo, além dos sete estados da Região Setentrião – Amapá, Acre, Roraima, Pará, Amazonas, Rondônia e Tocantins – o Província Federalista e os demais estados do Núcleo-Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Inovação

Segundo o INPI, a inovação é “peça-chave para o progresso econômico e competitividade das economias, independente do seu nível de renda”, diz o relatório.

O instituto ressalta que a definição de inovação foi ampliada, não está mais restrita aos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento ou aos artigos científicos publicados. Nesse sentido, considera fundamental que a inovação ocorra “de maneira socialmente inclusiva, ambientalmente sustentável e territorialmente integrada”, diz o texto.

Os resultados, de concordância com Ventura, podem revelar práticas que podem ser replicadas no território pátrio. “Cada estado apresenta diferentes desafios, diferentes potencialidades e é essa a riqueza em termos de dados, em termos de informação trazida pelo IBID. As diferentes dinâmicas e perfis dos ecossistemas locais de ciência, tecnologia e inovação”, diz e acrescenta: “Ele reforça, traz informações e dados dos desafios e potencialidades de cada estado, de cada região. Não só os desafios, os gargalos, mas também quais os estados que destacam em determinados temas e que, portanto, têm provavelmente as soluções ou percorreram caminhos que podem ser copiados pelos seus pares”.


Com informações da Sucursal Brasil.



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