O que o filme Divertidamente ensina?

Agora, em 2024, a Pixar deu sequência à história em um novo longa, Divertidamente 2, no qual novas emoções aparecem enquanto Riley cresce e entra na adolesência. As já conhecidas, que ajudaram a pequena na primeira segmento da história, não têm certeza de porquê se sentir quando novos inquilinos chegam ao sítio.

Durante sua concepção, a saga Divertidamente contou com a consultoria de um dos psicólogos mais reconhecidos no campo do estudo das emoções, Paul Ekman. Com uma pesquisa de mais de 50 anos no tema, Ekman se consolidou principalmente por ter sido um dos responsáveis pela invenção das microexpressões – expressões faciais sutis, de menores “dimensões”, involuntárias e universais -, indumento que o fez trabalhar com diversas agências governamentais, porquê a CIA, na detecção de mentiras. Ele, inclusive, inspirou e prestou consultoria também na produção da série Minta para mim (Engana-me se puder), em que um psicólogo auxilia a polícia a pegar falhas no prova de suspeitos.

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“Divertidamente” e perceptibilidade emocional

Para decodificar as expressões características das emoções, Ekman viajou o mundo inteiro em procura do que fosse universal, compartilhado por todos e independente da cultura. Disso, conseguiu mapear cinco emoções básicas universais, as mesmas que figuram porquê personagens em “Divertidamente”: raiva, tristeza, desprazer, terror e alegria.

Dissemelhante dos sentimentos, que são processos mentais não necessariamente perceptíveis, emoções são impulsos biológicos, visíveis no rosto, na voz ou na linguagem corporal. Embora as cinco mapeadas supra sejam encontradas em todos, seus gatilhos variam de pessoa a pessoa, porquê o filme mostra por meio de Riley e seus pais, por exemplo.

Outro ponto que fica simples em “Divertidamente” é que cada emoção tem um propósito. A Alegria garante a felicidade de Riley, o Terror garante sua segurança, o Raiva procura justiça, a Nojinho (desprazer) garante que a jovem não seja contaminada, tanto fisicamente quanto socialmente, e a Tristeza mostra quando ela precisa de ajuda.

Um dos trunfos da obra, no que tange à perceptibilidade emocional, é mostrar porquê todas as emoções têm uma razão – não seguem a regra dicotômica bom/ruim – e não devem ser evitadas, mas sim compreendidas em suas particularidades. A personagem Tristeza, por exemplo, passa boa segmento do enredo (assim porquê os outros) acreditando que o único efeito que poderia ter é de fazer mal à Riley, mesmo que não quisesse.

O “Atlas das Emoções”

Em uma procura por um “planta” que ajudasse a guiar as pessoas em uma compreensão mais profunda sobre as emoções – e ao estado de calma da mente -, o líder místico e encarregado de estado do Tibete, Dalai Vasa, buscou a ajuda Ekman. Do projeto, que o psicólogo fez em conjunto com sua filha, a pesquisadora de regulação emocional Eve Ekman, resultou o “Atlas das Emoções”.

O “Atlas” é fruto de uma pesquisa mundial, a mesma que levou Ekman a mapear as emoções básicas mencionadas supra. Na prática, o projeto é um guia interativo das emoções humanas, que pode ser acessado online por todo mundo, que define graficamente a intensidade das emoções e mapeia as emoções secundárias, derivadas das básicas (e resultantes da variação de intensidade).

Ou por outra, destrincha as etapas de um incidente emocional, basicamente:

1. Gatilho
2. Experiência
3. Resposta

Segundo o site do “Atlas das Emoções”, seu objetivo é ajudar as pessoas a ter consciência de suas emoções, uma habilidade incluída no que chamamos de perceptibilidade emocional.

“Consciência de nossas emoções significa entender porquê elas são acionadas, porquê elas são sentidas e porquê reagimos. (…) Não queremos nos livrar de nossas emoções, queremos estratégias que nos ajudem a responder de maneira útil e construtiva”, define o “Atlas”.