Rebeca Andrade é prata no individual universal -
Ginasta ainda está em três finais por aparelhos (salto, trave e solo) e pode ampliar a coleção em Paris 2024
02/08/2024 20h40 - Atualizado há 16 segundos
Flavia Saraiva. Foto Luiza Moraes COB
Filial COB
Entre os meros mortais, Rebeca Andrade é a ginasta mais completa do mundo. O bicampeonato de Simone Biles no individual universal se torna um pormenor para os brasileiros diante de mais uma prata inegável do nosso fenômeno. Com 57.932 pontos e apresentações que levantaram a Estádio Bercy, Rebeca conquistou seu segundo pódio em Paris 2024 e, de quebra, tornou-se a mulher brasileira com mais medalhas em Jogos Olímpicos.
Esta é quarta em duas edições do evento, ultrapassando Fofão, do vôlei, e Mayra Aguiar, do judô, com três cada. Na capital francesa, a paulista liderou tecnicamente o grupo que conquistou o inédito bronze na disputa por equipes no feminino. Em Tóquio 2020 foi prata no individual universal e campeã olímpica no salto.
“Eu sou muito humana, músculos e osso. Eu estou muito feliz. Eu acho que isso é trabalho, né gente? A gente trabalha muito ali dentro do ginásio. Eu estou muito orgulhosa do Chico, porque se vocês vissem o quanto ele faz pela gente, nossa, é incrível. Toda nossa equipe multidisciplinar, eu acho que para eu estar cá hoje, eles foram essenciais. Porque meu corpo está cansado, minha mente está cansada, logo eu preciso da minha psicóloga, eu preciso do preparador físico, eu preciso do masso, do físico, do meu treinador, das meninas, da minha família. Logo eu acho que é a junção do trabalho de tantas pessoas para que hoje vocês pudessem me ver cá”, disse Rebeca.
Pela primeira vez em uma final olímpica do individual universal, Flavia Saraiva encantou o público com atuação sólida na trave e o Cancã no solo e fechou sua participação em Paris em 9º lugar com 52.032 pontos.
Até o momento, o Time Brasil tem seis medalhas no quadro universal. Também nesta quinta-feira Caio Bonfim foi prata na marcha atlética de 20km, mesma cor da medalha de William Lima, do judô. São três bronzes até o momento: com a equipe feminina da ginástica artística, Larissa Pimenta, do judô, e Rayssa Leal, do skate.
E o número de Rebeca ainda pode aumentar, já que a ginasta ainda disputa três finais de aparelhos: salto, trave e solo.
Seguindo a ordem olímpica, as melhores da classificatória se apresentaram primeiro no salto, depois nas barras assimétricas, na trave e encerrariam no solo. No primeiro grupo, Rebeca se apresentaria em todos os aparelhos, exceto a trave, antes de Biles. No salto, um início espetacular, cravando a chegada com um Cheng: 15.100. Biles, apesar do desequilíbrio na chegada, teve uma nota de dificuldade altíssima e liderou: 15.766.
Flavinha iniciou sua trajetória nas assimétricas, aparelho no qual tomou um susto no aquecimento da competição por equipes. Mais uma vez, assim porquê na conquista da medalha na última terça-feira, foi segura em sua apresentação e praticamente cravou a saída, recebendo 13.900.
Nas assimétricas, Rebeca assumiu a liderança e ficou adiante da americana por 0.267. Tirou 14.666 em uma prova limpa, enquanto Biles teve um grave desequilíbrio na troca da barra maior para a menor e recebeu 13.733. No somatório, 29.766 para a brasileira contra 29.299 da americana. Entre elas, na classificação parcial, ficou a argelina Kailya Nemour, perito no aparelho e dona da maior nota dele na noite, um 15.533 de saudação.
Na segunda rotação, Flavinha estava na trave, a aparelho em que foi duas vezes finalista olímpica, na Rio 2016 e em Tóquio 2020. A brasileira não decepcionou. Mostrou segurança da ingressão à saída e saiu radiante com o próprio desempenho, pelo qual recebeu nota 14.266, suficiente para levá-la à sétima posição universal. A percentagem técnica do Brasil ainda recorreu para tentar um aumento, mas o pedido foi refutado.
A terceira rotação levou o grupo líder das classificatórias à trave, com Biles abrindo a sequência. A americana teve dois desequilíbrios, mas zero que comprometesse uma série magnífico. Os 14.566 no telão levaram até Rebeca a se juntar à povaléu e aplaudir. A brasileira foi exclusivamente a última a subir no aparelho. Teve um pequeno desequilíbrio e tirou 14.133, nota que a deixava na segunda colocação, detrás de Biles.
No solo, Flavinha encantou com seu Cancã, mas infelizmente escorregou na segunda passada e caiu. O lamento do público foi audível. Nossa pequena gigante concluiu a série com distinção e o carisma habituais e agradeceu pelos aplausos e o escora. Levou 12.133 dos jurados e terminou a rodada em 11º lugar. Terceira a saltar na última rotação, Flavinha tirou 13.633 e, com 52.032 no totalidade, encerrou a competição em um magnífico 9º lugar.
A medalha estava ao alcance de Rebeca na última rotação, em que o grupo passaria pelo solo. A americana Sunisa Lee, campeã olímpica do individual universal em Tóquio, fez uma grande apresentação e recebeu 13.666, que a levaram momentaneamente à liderança e garantiram no mínimo o bronze, já que faltavam exclusivamente Rebeca e Biles a se apresentarem
Rebeca teve o nome gritado pelo público antes de inaugurar. Foi segura em todas as passadas, tendo exclusivamente um desconto por pisar fora na primeira delas. Recebeu 14.033 e ultrapassou Sunisa com 57.932, garantindo ao memos a prata.
“Foi uma competição que eu estava muito tranquila mesmo. Eu consegui fazer cada movimento, eu conseguia pensar em cada movimento que eu estava fazendo. Isso é precípuo pra que a gente consiga controlar nosso corpo. E acho que por isso que veio esse resultado, um resultado magnífico, eu estou muito feliz”, analisou Rebeca.
Simone, última a se apresentar, provou mais uma vez que não faz secção do hall dos mortais. Tirou 15.066 e sagrou-se bicampeã olímpica. Zero que ofuscasse o luz da nossa Rebeca, maior nome da história da ginasta artística brasileira, agora também a maior medalhista mulher do país em Jogos Olímpicos em todos os tempos.
“Para mim é muito difícil fazer a individual universal. Foram três dias de competição fazendo os quatro aparelhos, já é muito complicado. Depois das minhas lesões, acabou ficando um pouco mais difícil, mas eu acho que para qualquer desportista, independente de lesão ou não, é muito difícil. É muito difícil fazer o individual universal. E gente também, já deu, né? Bom, eu fiz o melhor cá. Eu terminei muito, graças a Deus. Não vou permanecer com o peso na consciência e falar: “será que eu vou ter que fazer o ano que vem de novo?” Não, deu tudo claro. Eu estou tranquila com isso também, faz secção do esporte”, disse Rebeca sobre esta ter sido a última vez em que ela disputa o individual universal.
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