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Próxima reunião do Copom está marcada para 17 e 18 de setembro, argumento inclui subida do dólar e dos gastos públicos

08/07/2024 19h21 - Atualizado há 1 minuto

Publicado por: Redação

FOTO: Marcello Parelha Jr/Dependência Brasil

Andreia Verdélio/Dependência Brasil

A subida do dólar e o impacto do aumento dos gastos públicos nas expectativas de inflação preocupam o Banco Meão (BC) na definição dos próximos passos de política monetária. A instituição informou, nesta terça-feira (6), que o cenário marcado por projeções mais elevadas e mais riscos para a subida da inflação é reptador e que “não hesitará em elogiar a taxa de juros para confirmar a convergência da inflação à meta”.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu pela manutenção da Selic, pela segunda vez seguida, depois um ciclo de sete reduções, que foi de agosto de 2023 a maio de 2024. Os juros básicos da economia foram mantidos em 10,5% ao ano. A próxima reunião está marcada para 17 e 18 de setembro.

Os membros do colegiado afirmaram que o momento é de “ainda maior cautela e de séquito diligente dos condicionantes da inflação”.  “À luz desse séquito, o comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante (de seis trimestres avante, correspondendo, agora, ao primeiro trimestre de 2026); de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elogiar a taxa de juros para confirmar a convergência da inflação à meta se julgar favorável”, diz a ata da reunião, divulgada hoje.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, estimulando a atividade econômica e reduzindo o controle sobre a inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é sustar a demanda aquecida, e isso motivo reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Em junho, influenciada principalmente pelo grupo de alimento e bebidas, a inflação do país foi 0,21%, depois ter registrado 0,46% em maio. De tratado com o Instituto Brasílio de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 12 meses, o Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Largo (IPCA) acumula 4,23%. A inflação de julho será divulgada na próxima sexta-feira (9).

Apesar de estar em queda, o índice ainda se encontra supra da meta estabelecida pelo Banco Meão, nutrido pela incerteza entre os agentes econômicos. Definida pelo Juízo Monetário Vernáculo (CMN), a meta é 3% para oriente ano, com pausa de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para reles. Ou seja, o limite subalterno é 1,5% e o superior 4,5%. As expectativas do mercado para a inflação de 2024 e 2025 estão em torno de 4,1% e 4%, respectivamente.

No caso do horizonte relevante observado pelo BC, que é março de 2026, há um processo de desinflação no período, mas a projeção de inflação ainda está supra da meta, que é de 3%, no sistema de meta contínuo que entra em vigor em 2025. No cenário de referência (com queda de juros), a projeção da inflação acumulada em quatro trimestres para o primeiro trimestre de 2026 é 3,4% e, no cenário mútuo (com manutenção da Selic), a projeção é de 3,2%.

Condicionantes

De tratado com o BC, os movimentos recentes de alguns dos condicionantes para a dinâmica da inflação, tais uma vez que as expectativas de inflação e a taxa de câmbio, foram amplamente debatidos na última reunião do Copom. “Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo comitê”, diz a ata.

A ancoragem das expectativas de inflação é vista uma vez que elemento importante para confirmar a convergência para a meta e o colegiado monitora uma vez que os desenvolvimentos recentes da política fiscal (de controle das contas públicas) impactam a política monetária e os ativos financeiros.

“Notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o desenvolvimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do busto fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas. O comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, alertou o BC.

“O comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado (com taxas reguladas pelo governo) e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elogiar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o dispêndio de desinflação em termos de atividade”, diz outro trecho da ata.

A taxa neutra é aquela que nem estimula, nem desestimula a economia, ou seja, é a taxa de juros real consistente para manter o nível de atividade econômica, com o fomento ao pleno serviço e a inflação na meta.

Ou por outra, segundo o BC, o cenário internacional se mantém contrário e a menor sincronia nos ciclos de queda dos juros em países avançados e os fluxos de capital globais, marcados por aversão ao risco, contribuem para a volatilidade do mercado e pressionam a taxa de câmbio nos países emergentes. Taxas de juros mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, uma vez que o Brasil.

O Copom reforça, entretanto, que a meio da política monetária brasileira não está vinculada mecanicamente à política norte-americana ou à taxa de câmbio, mas sim aos mecanismos de transmissão da ensejo externa sobre a inflação interna. A subida do dólar exerce um impacto significativo nos preços domésticos no Brasil, por exemplo, por meio da importação de produtos, equiparação de preços e pressão sobre a dívida externa pública e de empresas.

O dólar acumulou subida de 15,15% unicamente no primeiro semestre de 2024. “Diante de um cenário global mais incerto e de movimentos cambiais mais abruptos, o colegiado adota uma postura de maior cautela”, informou o BC.

Trajetória

A Selic é o principal instrumento do Banco Meão para manter sob controle a inflação solene, medida pelo IPCA. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à subida dos preços de mantimentos, de robustez e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete reuniões seguidas.

Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic, em uma sequência de sete reduções, de agosto de 2023 a maio de 2024.

Antes do início do ciclo de subida, em março de 2021, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais reles da série histórica iniciada em 1986. Por motivo da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Meão tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. O índice ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021. (Edição: Maria Claudia)


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