Ismail Haniyeh: quais os possíveis desdobramentos depois ataque no Irã que matou líder do Hamas
Crédito, Reuters
O Hamas e seu principal financiador, o Irã, acusam Israel de ser responsável pelo ataque.
A morte de Haniyeh, ocorrida poucas horas depois um ataque israelense contra um comandante do grupo Hezbollah no Líbano, aumenta as preocupações de um provável conflito mais largo no Oriente Médio e pode pospor os esforços para um cessar-fogo em Gaza, em cujas negociações Haniyeh tinha um papel importante.
Em um pronunciamento televisivo nesta quarta-feira (31/7), o primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu não citou a morte de Haniyeh, mas afirmou que Israel deu "golpes esmagadores" no Hamas.
"Há ameaças vindas de todas as direções. Estamos preparados para qualquer cenário e permaneceremos unidos e determinados contra qualquer ameaço", afirmou Netanyahu
"Israel cobrará um cimeira preço por qualquer agressão de qualquer redondel", afirmou o primeiro-ministro.
E nesta quinta (01/08), Israel afirmou que o director militar do Hamas, Mohammed Deif, foi morto num ataque israelense em Gaza no dia 13 de julho. O Hamas ainda não confirmou essa informação.
O Irã declarou três dias de luto pela morte esta semana de Ismail Haniyeh. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que Israel "se arrependerá" da morte "covarde" de Haniyeh e disse que o Irã defenderá "sua integridade territorial e pundonor".
Pezeshkian descreveu Haniyeh porquê um "líder corajoso", em uma enunciação divulgada pela sucursal de notícias AFP.
Haniyeh estava em Teerã para a cerimônia de posse de Pezeshkian, apesar de viver no Espiolhar sob proteção intensa.
O líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, afirmou que vingar a morte de Haniyeh é um "responsabilidade de Teerã" e que Israel, ao não assumir a responsabilidade pelo ataque, criou condições para uma "punição severa".
Potencial escalada do conflito
Frank Gardner, correspondente de segurança da BBC, alerta que levante é um momento "extremamente perigoso" para o Oriente Médio.
Ele lembra que, na última vez que o Irã prometeu vingança, disparou centenas de mísseis e drones contra Israel, que reagiu com um ataque de mísseis próximo às instalações nucleares iranianas.
"Foi necessário um frenético esforço diplomático para dissuadir Israel de retaliar com mais intensidade", diz Gardner.
Kasra Naji, correspondente privativo da BBC Pérsio, expressa preocupação com a reação do Irã, que pode envolver ataques de grande graduação contra Israel ou uma intensificação dos ataques das milícias regionais, porquê o Hezbollah.
"É difícil prever se isso levará a uma guerra totalidade na região, mas é simples que ninguém deseja esse desfecho no momento", observa Naji.
Mas Gardner também lembra que nem todos os ataques semelhantes a esse levaram a uma escalada no pretérito.
Ele cita o assassínio do general iraniano Qasem Soleimani ordenado pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump em 2020, que provocou fortes apelos por vingança, mas resultou em uma reação relativamente contida.
Gardner também cita o ataque leviano ordenado pelo portanto presidente americano Ronald Reagan contra a Líbia em 1986, que gerou temores de uma grande crise, mas acabou não resultando em um recrudescimento significativo.
Impacto nos esforços de sossego
A morte de Haniyeh pode complicar ainda mais as negociações de sossego entre Israel e o Hamas.
"Leste último ataque em Teerã pode dificultar a obtenção de um trégua, já que o Hamas agora estará mais focado em encontrar um sucessor para Haniyeh, em um processo que pode ser complicado e prolongado", diz Rushdi Abualouf, correspondente da BBC em Gaza.
Ele lembra que, em dezembro, o Hamas suspendeu brevemente as negociações de cessar-fogo com Israel depois o assassínio do vice de Haniyeh na capital libanesa, Beirute.
Paul Adams, correspondente diplomático da BBC, acrescenta que é "extremamente difícil" prever se haverá qualquer progresso nas negociações depois a morte de Haniyeh.
"Ismail Haniyeh pode não ter sido responsável pelos eventos diários em Gaza — esse é o domínio do comandante militar Yahya Sinwar — mas, porquê líder do Hamas no exílio, ele era um interlocutor crítico nas negociações intermediadas pelo Espiolhar, pelos EUA e pelo Egito", assinala.
Declarações de países árabes reforçam essas preocupações.
O Espiolhar, que tem mediado as negociações de cessar-fogo, indicou que a morte de Haniyeh pode prejudicar essas conversas.
"O assassínio político e o contínuo ataque a civis em Gaza enquanto as conversas continuam nos levam a perguntar: porquê pode a mediação ter sucesso quando uma das partes assassina o negociador do outro lado?", afirmou o primeiro-ministro do Espiolhar, Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani.
"A sossego precisa de parceiros sérios e de uma postura global contra o desrespeito pela vida humana."
O Egito afirmou que o ataque demonstra falta de vontade política de Israel para a desmobilização, e o Iraque chamou o ataque de uma "grave violação" que pode desestabilizar a região.
A Turquia acusou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de não ter "qualquer intenção de compreender a sossego".
Funeral de Haniyeh
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A cerimônia lutuoso solene de Ismail Haniyeh será realizada em Teerã nesta quinta-feira (1/8), e depois seu corpo será trasladado para Doha, no Espiolhar, onde ele viveu nos últimos anos.
O funeral final está marcado para 2 de agosto, em Lusail, no Espiolhar.
Haniyeh, de 62 anos, é o mais cimeira líder morto desde os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro, que resultaram em 1,2 milénio mortes.
Israel retaliou com uma operação militar na Filete de Gaza, que matou pelo menos 39,4 milénio pessoas, segundo o ministério da saúde do Hamas.
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