Funarte lamenta a morte de J. Borges, Rabino das Artes — Funarte

"Rabino da xilogravura, com suas mãos, gravou o Brasil. Quem nunca foi atravessada pela arte de J. Borges? Celebramos sua obra imensa que de Pernambuco contou, gravou, talhou e pintou a magia do cotidiano, a formosura e a variação do nosso país mundo afora. J. Borges imenso, foi e sempre será um rabi das nossas artes brasileiras", destaca a presidenta da Funarte, Maria Marighella.

Nascido em 1935, em Bezerros (PE), J. Borges dedicou sua vida à arte, tornando-se uma figura mediano, inclusive, na preservação e promoção das tradições culturais nordestinas. Fruto de agricultores, autodidata, trabalhou em diversas atividades, desde marceneiro até vendedor de folhetos de cordel, ponto de partida para sua curso artística.

Em 1964, ele escreveu seu primeiro panfleto, O encontro de dois vaqueiros no sertão de Petrolinaque foi um sucesso subitâneo. Na segunda publicação, O verdadeiro aviso de frei damião sobre os castigos que vêmJ. Borges produz sua primeira xilogravura, movimento que dá início a sua trajetória de xilogravador.

A partir da dez de 1970, J. Borges passou a receber encomendas de gravuras, o que consolidou sua curso de xilogravador. Suas obras, que frequentemente retratavam cenas do cotidiano nordestino, lendas populares e figuras fantásticas, ganharam projeção pátrio e internacional, participando de exposições e ilustrando livros, uma vez que Palavras andantesdo redactor uruguaio Eduardo Galeano.

Entre os inúmeros reconhecimentos, J. Borges recebeu a medalha de honra ao valor da Instauração Joaquim Nabuco; a medalha de honra ao valor cultural do Palácio do Planalto; o Prêmio Unesco; e o prêmio de gravura Manoel Mendive na 5ª Bienal Internacional Salvador Valero Trujillo, na Venezuela. Em 2006, foi agraciado com uma bolsa vitalícia concedida pela Lei do Registro do Patrimônio Vivo, e o Memorial J. Borges foi criado em Bezerros, servindo uma vez que ateliê, oficina e galeria.

O Prêmio Mestras e Mestres da Funarte foi lançado no ano pretérito com o objetivo de honrar e valorizar a trajetória de nomes que ajudaram a erigir a história das artes e da cultura brasileira nas últimas décadas. Entre as 50 mestras e mestres contemplados, J. Borges, Rabino que ajudou a engrandecer e difundir o patrimônio artístico e cultural brasiliano. Seu legado continuará a guiar e encantar, uma vez que um farol de inspiração.

A Funarte se solidariza com a família, amigos e admiradores de J. Borges.